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“Clancy” é o álbum mais recente do Twenty One Pilots, lançado em 2024 pela Fueled By Ramen. Este trabalho marca o fim de uma narrativa ambiciosa que se estendeu por quase uma década, iniciada com o lançamento de “Blurryface” em 2015.

Além de Tyler Joseph e Josh Dun, o disco conta com a colaboração de Paul Meanie do Mutemath como co-produtor, o que é notável considerando seu trabalho impecável no que, na minha opinião, é o melhor álbum da banda, o “Trench” (2018).

Conceito e Fandom de Clancy

Desde o lançamento de “Blurryface” em 2015, Tyler Joseph e Josh Dun têm explorado a fictícia cidade de Dema, um lugar onde a insegurança, personificada pelo personagem Nico, mantém seus cidadãos cativos. 

Passando por “Trench”, de 2018 (que na minha humilde opinião é um grande concorrente ao melhor disco da banda), e por “Scaled & Icy”, de 2021 (que na minha humilde opinião é um grande concorrente ao pior disco da banda), a saga culmina agora em “Clancy”, lançado pela Fueled By Ramen em 2024.

A dedicação da banda em manter e expandir este universo narrativo é admirável e rara na música contemporânea. Para os fãs dedicados, “Clancy” é um disco recheado de easter eggs e referências que enriquecem ainda mais a saga de Dema, oferecendo uma experiência imersiva que recompensa aqueles fãs terminantemente online que a têm acompanhado tudo se desenrolar desde o início.

Destaques de Clancy

É impressionante como as 13 faixas fluem bem ao longo do disco, ainda mais considerando a  variedade de estilos musicais que o disco oferece, desde o hip-hop, passando pelo rock alternativo até o grunge, refletindo a versatilidade da banda. 

“Next Semester” destaca-se como uma música vibrante de rock alternativo, contrastando com letras que exibem a coragem de Tyler Joseph em mostrar sua vulnerabilidade.  É definitivamente um dos momentos em que a banda soa tão bem desde Trench e um dos meus momentos favoritos do disco. “Midwest Indigo” é outro destaque que também combina uma melodia alegre com uma temática mais profunda.

Outra música que não dá para ignorar nesse texto é a faixa de encerramento, chamada “Paladin Strait”.  Ela é a música mais longa do Twenty One Pilots, com duração de 6 minutos e 28 segundos. O que será que o final quer dizer, ein? O importante é que esta faixa final deixa uma impressão duradoura e levanta questões intrigantes para os ouvintes explorarem, o que é uma parte essencial da experiência de ouvir Twenty One Pilots.

Me perdoem por citar o disco anterior novamente, mas a natureza descontraída de “Scaled & Icy” apenas ocasionalmente alcançava o nível de brilhantismo visto nos melhores trabalhos da banda . E eu digo isso porque, em contrapartida, as músicas de “Clancy” parecem ter mais profundidade, o que na minha opinião é crucial para a obra da banda. 

O diferencial do Twenty One Pilots sempre foi a capacidade de recompensar os ouvintes a cada vez que decidem ouvir seus discos novamente, e “Clancy” parece seguir essa tradição, oferecendo uma experiência musical mais rica e gratificante desde Trench.

Conclusão

“Clancy” é um disco ambicioso que, em alguns momentos, consegue chegar bem perto do que mirava alcançar. Apesar de alguns deslizes, ele representa um passo para frente após os dois passos para trás dados em “Scaled and Icy”. 

A verdade é que o disco é um ótimo encerramento para a saga que a banda se dedicou a construir ao longo dos anos. É um trabalho que certamente agradará aos fãs de longa data e demonstra que a banda ainda tem muito a oferecer em termos de inovação e profundidade musical.

Nota: 3.5/5