É fato que a banda Turnover já não se encaixa mais no rótulo de ‘emo’ faz um bom tempo. Ainda assim, seu impacto na cena é inquestionável, mostrando uma capacidade única de se reinventar ao longo dos anos.
Apesar de suas raízes no pop punk, a banda rapidamente se estabeleceu na cena como uma força inovadora, desafiando constantemente as expectativas e evoluindo com cada lançamento — mesmo que nem tudo tenha sido bem recebido pela crítica e pelo público.
História do Turnover
Turnover é uma banda de Virginia Beach, Virginia, formada em 2009. A banda é composta por Danny Dempsey, Nick Rayfield e pelos irmãos Austin e Casey Getz. Eles estão sob contrato com o selo Run for Cover Records.
Desde seu primeiro EP e o álbum “Magnolia” (2013), Turnover demonstrou uma capacidade de crescimento e mudança que poucas bandas conseguem igualar. Enquanto esses primeiros trabalhos eram enraizados no pop punk, foi com o lançamento de “Peripheral Vision” (2015) que a banda realmente se destacou e redefiniu o gênero.
“Peripheral Vision” não apenas marcou uma mudança radical no som da banda, mas também estabeleceu uma nova pegada para o shoegaze contemporâneo. Com seus arranjos etéreos e letras introspectivas, o álbum cativou os ouvintes e solidificou a posição de Turnover como grandes influenciadores de uma nova era do rock alternativo e da música emo.
Desde então, a banda continuou a evoluir, afastando-se cada vez mais do pop punk e abraçando uma variedade de estilos, incluindo indie rock, alt rock e shoegaze. Sua discografia diversificada e experimental é um testemunho da coragem e criatividade da banda, que se recusa a ser definida por limitações de gênero.
Em maio de 2024, o Turnover fará uma série de shows no Brasil, passando por São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Será uma oportunidade única para os fãs brasileiros vivenciarem a evolução sonora da banda ao vivo.
Discografia do Turnover
Turnover EP e Magnolia (2011 – 2013)
O EP “Turnover” (2011) e o álbum “Magnolia” (2013) estabeleceram a banda como uma promessa da cena pop punk, e são definitivamente a razão pela qual eles são considerados “emo”. Com letras introspectivas e melodias marcantes, o EP de 2011 apresentou um som mais pesado e “cru”.
“Magnolia” (2013), ainda mantém elementos do pop-punk, mas a banda chega mais perto de construir sua própria identidade sonora. Mudanças na formação da banda, como a saída de membros e a transição de Austin Getz para cantar e tocar guitarra, contribuíram para essa evolução. Músicas como “Most Of The Time” mostram uma abordagem mais puxada para o rock alternativo, enquanto outras como “Flicker And Fade” revelam um lado mais emocional e leve da Turnover, antecipando um pouco do que estaria por vir nos discos seguintes.
Peripheral Vision (2015)
“Peripheral Vision” se tornou um clássico moderno e é definitivamente o maior marco na carreira do Turnover. Esse álbum redefiniu a banda que mergulhou em um som mais etéreo e atmosférico, incorporando elementos de shoegaze para criar uma experiência sonora envolvente e bem mais carregada emocionalmente.
A transição de “Magnolia” para “Peripheral Vision” é sem dúvida a mais drástica na história da banda (pelo menos até então). Desde os primeiros segundos de “Cutting My Fingers Off”, fica claro que o que a banda abandonou completamente o som pop-punk mais “cru” que os definia desde a fundação do grupo.
O Turnover adotou um som mais derivado do indie rock com esse álbum, mas o fez de uma forma única o suficiente para se tornar icônico e influenciar toda uma nova geração de bandas emo.
Good Nature e Altogether (2017 – 2019)
Lembra que eu falei que a transição de “Magnolia” para “Peripheral Vision” era sem dúvida a mais drástica na história da banda até então? Bom… os álbuns “Good Nature” e “Altogether” mostram mais uma clara (e brusca) mudança de direção no som do Turnover. Com arranjos cada vez mais elaborados e uma instrumentação mais sofisticada, esses discos demonstram uma clara intenção e maturidade artística por parte da banda.
Aqui é onde tudo fica um pouco mais alegre e com um toque de synth-pop. “Good Nature” demonstra um lado mais otimista e praiano da banda, com uma pegada de dreampop bastante suave. Em “Altogether”, dá pra perceber a clara intenção de invocar uma vibe dos anos 80, e para quem gosta de uma música mais groovada e dançante, com o baixo bem marcante, pode ser uma grata surpresa.
Porém, para quem esperava algo mais parecido com o Peripheral Vision ou até mesmo o Magnolia, não deve se identificar tanto com o som da banda nesses discos. E foi isso que aconteceu com a maioria dos fãs da banda na época, que não curtiram muito essa nova abordagem.
Myself in the Way (2022 – Hoje)
O mais recente álbum do Turnover, “Myself in the Way”, continua a explorar novos territórios musicais e a desafiar as expectativas do público. O álbum é mais uma prova do poder criativo e da visão artística da banda, mesmo que pareça uma evolução natural do que fizeram em “Altogether”.
É neste disco que, pela primeira vez, o Turnover recebe ajuda de colaboradores externos. No single principal “Myself in the Way”, Brendan Yates do Turnstile contribui com vocais.
Discografia do Turnover
Não sabe por onde começar a ouvir Turnover? Relaxa! Criamos um mapa para te ajudar a explorar a discografia da banda de acordo com o que você mais gosta de ouvir.
Bandas Semelhantes a Turnover
Se você curtiu o som do Turnover, não deixe de conferir uma playlist especial que mistura algumas músicas da banda com outros artistas que seguem uma linha semelhante.
Citizen
Que tal aproveitar que você já foi introduzido ao trabalho da banda através do split de 2012 pra dar uma mergulhada na discografia do Citizen também? No caso do split com o Turnover, é uma ótima maneira de entender a evolução da banda, porque foi no ano seguinte que eles lançaram o disco mais impactante da sua carreira — o Youth, de 2013.
Se você gostou dessa dica, vale a pena ouvir também o Life In a Glass World (2021), um dos meus discos favoritos de 2021 e que sempre acaba voltando pra minha rotação.
Terraplana
Terraplana é uma banda brasileira que vai abrir o show de Turnover em São Paulo, na Fabrique Club. É natural fazer a conexão do som da banda com o estilo etéreo de “Peripheral Vision” do Turnover, o que torna uma ótima escolha para a abertura do show.
A banda é uma das principais representantes da crescente cena de shoegaze brasileira que nosso grande amigo Lucas Silveira da Fresno fez questão de mencionar outro dia no twitter.
Men I Trust
A banda canadense Men I Trust é uma escolha interessante para os fãs de Turnover que se identificam com o trabalho da banda a partir do Good Nature. O som deles pode ser descrito como uma mistura de melodias pop e ritmos de jazz — e mesmo que a banda não tenha absolutamente nada a ver com a cena emo, não dá pra perder uma oportunidade de indicar Men I Trust pra alguém.
Fun fact: As bandas são amigas e já fizeram uma turnê juntas, inclusive pouco tempo depois do Men I Trust vir pro Brasil para tocar nesse mesmo local que o Turnover toca em São Paulo no dia 11.
Title Fight
Essa é pra quem gosta de pop punk e hardcore e ficou com um gostinho de quero mais, esperando que o Turnover seguisse a pegada do EP de 2011 e do primeiro disco. O Title Fight tem vários lançamentos para quem quer uma pegada mais agressiva.
Coincidentemente ou não, o disco Hyperview (2015) também traz misturas de pop punk e shoegaze, e a evolução das duas bandas possui alguns paralelos interessantes.
Shows no Brasil
Turnover vai se apresentar em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre em maio de 2024. Os ingressos estão à venda agora e prometem ser shows inesquecíveis para os fãs brasileiros da banda.
Turnover em Belo Horizonte (MG)
Data: 10 de maio de 2024
Local: Música Quente
Turnover em São Paulo (SP)
Data: 11 de maio de 2024
Local: Fabrique Club
Endereço: rua Barra Funda, 1071 – Barra Funda, São Paulo/SP
Turnover em Porto Alegre (RS)
Data: 12 de maio de 2024
Local: Agulha
Endereço: rua Conselheiro Camargo, 300 – São Geraldo, Porto Alegre/RS
Link de vendas online no site do Clube do Ingresso.